Doidisse...
Hoje completo um ano e meio de viagem. Quero comemorá-los comentando uma coisa que, há muito, me atazana o juízo. De todas as coisas que escutei sobre minha viagem, há sempre uma constante... a palavra: loucura.
Muitas vezes me pergunto se o que estou fazendo é realmente loucura. Neste tempo todo aprendi a cozinhar, a falar espanhol, respirei ar puro, fiz exercícios quase que diariamente, trabalhei minha timidez, aprendi a rir dos meus defeitos, fiz amigos, poluí o meio o menos que pude, me alimentei bem, vivi com simplicidade, fugi do estresse.... Deus! Onde está a loucura disso tudo?!
A gente carrega uma idéia bem esquisita da insensatez.
Ora, loucura é o tempero da vida! Tudo que se faz de grandioso pede um pouco de loucura.
Viva racionalmente o tempo todo, baseie seu existir na sensatez e verás a chatice em que você tornou sua vida. Jesus, Buda, São Francisco, Einstein, Santos Dumont, Gandhi, Charles Chaplin, Van Goghi...todos esses, um dia, não foram chamados de doidos? E a única coisa que fizeram foi obedecer a seus corações.
Então, o que é loucura afinal?
Vale a pena ser normal?
“A tristeza mora no coração dos sábios, a alegria no coração dos loucos” – Erasmo – Elogio a Loucura
“A todo custo a ‘sensatez’ é perigosa, constituindo uma força destrutiva da vida” – Nietzsche – Ecce Homo
Rafael Limaverde: Artista plástico de Fortaleza. Em 2002 iniciou uma imensa jornada de bicicleta pela América Latina e escreveu este artigo de Curitiba - PR.
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